Entendendo o que é ciência
Qual imagem vem a sua cabeça quando se fala de ciência? Seres unicelulares vistos em microscópio,
um cientista descabelado e sorridente, um astrônomo observando através de um telescópio, um supercomputador
cheio de luzes, tubos de ensaio cheios de substâncias coloridas e borbulhantes, uma estação espacial…
Tudo isso é ciência, mas apenas uma pequena parte dela. Ciência pode ser algo desafiador, excitante,
útil e ainda algo que nunca chegará ao fim.
Vocês viram que definir ciência é um pouco complexo. Vamos ver que diz o dicionário
Merriam-Webster:
“ciência refere-se ao sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico
bem como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tais pesquisas”.
Complicado? Vamos ver o que diz a
NASA:
“A ciência consiste em analisar o mundo, observando, ouvindo, refletindo e registrando.
A ciência é curiosidade em ações ponderadas sobre o mundo e como ele se comporta.”
Se ciência é curiosidade, todos podemos ser cientistas. Vamos começar?
O que é ser cientista?
Cientista é qualquer pessoa curiosa, que quer saber como o mundo funciona!
O cientista questiona, imagina, testa e quer encontrar o porquê dos porquês.
Não é preciso estar em um laboratório secreto para ser um cientista!
Você, eu e qualquer pessoa que queira fazer ciência, pode ser um cientista, mesmo dentro de nossas casas.
Mas, o que faz um cientista?
- ELE QUESTIONA! O cientista tem um olhar curioso e crítico, como um
detetive em uma investigação. Ele quer entender o porquê das coisas, e “porque sim!”
não é resposta! O cientista levanta perguntas, hipóteses e não se contenta
com respostas prontas para os problemas e desafios do mundo;
- ELE EXPERIMENTA! O cientista coloca à prova as hipóteses que formulou
e busca respostas para o problema que quer entender;
- ELE TRANSFORMA! Alguém que não se contenta com respostas prontas
transforma não só a parte do mundo que sofre com aquele problema, mas também a si mesmo.
Todos podemos ser cientistas?
“A verdade é que somos todos cientistas natos. Quando bebês estamos sempre
tentando descobrir e provar a nossa hipótese, testá-la. Isso é tudo que seres humanos
fazem em seu processo evolutivo. Fazemos ciência antes de fazer arte.”
(Jayshree Seth, Chief Science Advocate da 3M e detentora de 61 patentes)
Fazer ciência? Ser cientista? Todos podem?
Entendendo o que são projetos científicos
E então, após saber o que é e qual a importância de fazer ciência, você pode
estar se perguntando:
- “Só pode ser cientista quem já fez graduação, mestrado e doutorado?”.
Não!
- “Posso fazer ciência enquanto ainda estou no ensino fundamental?”.
Sim!
- “Posso ser um cientista cursando o ensino médio?”.
Sim!
- “Preciso ser um gênio para ser um cientista?”.
Não!
Para ser um cientista você precisa ser curioso, ter vontade de resolver um ou vários
problemas e, por fim, aplicar o método mais adequado para a sua pesquisa.
O desenvolvimento das pesquisas segue o que é conhecido no meio acadêmico como metodologia
científica. Esta, por sua vez, consiste em um conjunto de etapas e/ou processos que precisam ser
cumpridos, de forma ordenada, para que o objetivo da pesquisa seja atingido. Sendo assim, são
itens constantes em projetos científicos: introdução, objetivos, materiais e métodos, resultados e
discussões e conclusões. A descrição detalhada de cada uma dessas etapas será feita posteriormente.
No entanto, só fazer ciência não basta.
Você precisa de um lugar onde possa mostrar sua pesquisa e pessoas com as quais você possa compartilhar
as alegrias de suas descobertas. É para isso que existem as feiras de ciências.
Que tal conhecer alguns jovens cientistas que se destacaram em feiras de ciências nacionais e
internacionais?
Ekarinny Myrela Brito de Medeiros – 18 anos
A Aluna da E.E. Prof. Hermógenes Nogueira da Costa, em Mossoró, interior do Rio Grande do Norte,
desenvolveu um cateter bioativo, que tem como matéria-prima o líquido da castanha de caju, resíduo
agroindustrial costumeiramente descartado. Seu projeto, com custo de apenas 10 centavos, ganhou dois
prêmios na edição de 2019 da Intel ISEF, maior feira de ciências do mundo para alunos que ainda não
chegaram ao ensino superior. O trabalho de Ekarinny ganhou primeiro lugar na categoria Patent and
Trademark Office Society e quarto lugar na categoria Translational Medical Science. Neste evento,
inclusive, a delegação brasileira foi a mais premiada da América Latina e a décima mais premiada entre
os 81 países participantes.
Érika Mayumi Saito Tagima
Fonte:
Erika Mayumi Saito Tagima
A aluna do curso técnico em mecatrônica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
de São Paulo – Campus Bragança Paulista, desenvolveu um aparelho que reproduz, em braile, as
letras exibidas em dispositivos móveis, como tablets e smartphones, por exemplo, auxiliando
assim deficientes visuais e pessoas interessadas no aprendizado do braile. Seu projeto foi
premiado na Mostra Paulista de Ciências e Engenharia (MOP), na Feira Brasileira de Ciências
e Engenharia (FEBRACE), no Desafio de Inovação do Instituto 3M e destaque na Semana de
Ciências e Tecnologia de 2014, ocorrida em Brasília-DF. No International Sustainable Word
Energy Engineering Evironment Olympiad Project (I-SWEEP) 2016, o projeto de Érika conquistou a
medalha de prata na categoria Engenharia.
Cientistas brasileiros
Você saberia dizer o que têm em comum o méson pi, o balão e a doença de Chagas?
Os três são descobertas de cientistas brasileiros. Aliás, quantos cientistas brasileiros você
conhece? Poucos? Nenhum? Calma. Não se sinta mal por isso. De acordo com dados levantados pelo
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) em 2015, cerca de 93% dos brasileiros não sabem
citar um cientista do Brasil. No entanto, saiba que a lista é grande. Vamos conhecer alguns deles
e seus feitos?
Fonte:
Adilson Rodrigues
Referências